quarta-feira, 3 de novembro de 2010

O toque

Na correria em que o homem transforma a sua vida, num evento atrás do outro sem descanso, a consciência ficou esquecida. A consciência de si, ser humano maravilhoso com necessidades tão simples, que no entanto parecem ser tão inatingíveis.
A sociedade encarregou-se de criar objectivos, necessidades, expectativas, tudo ligado ao material. Como se um carro, roupas ou telemóveis nos pudessem dar conforto e alegria, paz e satisfação de forma duradoura. Tudo o que dá é transitório, um caminho sem fim que leva à insatisfação, que gera mais desejos e necessidades. Algures no tempo o homem esqueceu o mais importante, o sentir, viver o agora como se o ontem e o amanhã não existissem. O toque consciente, intencional, portador de significado. A conecção com o outro e toda a existência. Uma criança vê um cão e corre com alegria em sua direcção, o pai reage com medo e apreensão ou na melhor das hipóteses concede um olhar de ternura. Permitir-se vivênciar o encontro da mesma forma é impensável. Algures no caminho o homem perdeu a inocência e esqueceu como sentir.
Assim aparecem terapias que visam devolver o equilíbrio perdido a partir do toque. A massagem é o toque mais concreto, estimulando todos os tecidos. Outras terapias praticam um toque progressivamente mais leve, como por exemplo, a terapia sacro craniana, a calatonia, os toques subtis até ao reiki.